terça-feira, 8 de março de 2011

AÇÚCAR : O PÓ BRANCO DE CADA DIA

DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE AÇÚCAR
Por Suzana Paquete

As principais diferenças aparecem:
  • no gosto,
  • na cor e
  • a composição nutricional de cada tipo.
As regras básicas são as seguintes:
  • Quanto mais escuro é o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele tem, e mais perto do estado bruto ele está;
  • A cor branca significa que o açúcar recebeu aditivos químicos no último processo da fabricação: o Refinamento, que a gente explica direitinho no fim do texto.
Apesar de estes aditivos deixarem o produto bonitão, eles também "roubam" a maioria dos nutrientes. Só para dar um exemplo:
  • Em 100 gramas de um açúcar bem escuro ( exemplo: o açúcar o mascavo ), existem 85 miligramas de cálcio, 29 miligramas de magnésio, 22 miligramas de fósforo e 346 miligramas de potássio;
  • Na mesma quantidade de açúcar refinado, aquele tipo branco mais comum, a gente encontra, no máximo, 2 miligramas de cada um desses nutrientes;
  • Os açúcares claros recebem tratamento químico e possuem menos nutrientes
A matéria-prima do nosso açúcar, você sabe, é a cana. Antes de chegar à nossa mesa, a planta passa por diversas etapas de fabricação:
1º. Primeiro ela é moída para extrair o caldo doce;
2º. Depois começa a purificação, em que o caldo é aquecido a 105 ºC e filtrado para barrar as impurezas;
3º. Em seguida o caldo é evaporado, vira um xarope e segue para o cozimento, onde aparecem os cristais de açúcar que a gente conhece;
4º. Por último os tipos mais brancos de açúcar ainda passam pelo refinamento, quando o produto recebe tratamentos químicos para melhorar seu gosto e seu aspecto. O resultado final é o açúcar em cristais, mas, se você moldar e comprimir os cristais com xarope de açúcar, dá para fabricar açúcar em torrões.
Além da cana, há açúcar nas frutas e no milho (a frutose) e no leite (a lactose). A beterraba é outra fonte de açúcar, mas tem um processo de extração diferente. Ela é popular na Europa: como lá não tem cana, a beterraba entrou na dança.

Doces Delícas – Tipos:

1. De confeiteiro
Tem cristais tão finos que mais parecem talco de bebê. Este açúcar é excelente para fazer glacês e coberturas. O segredo é o refinamento sofisticado, que inclui uma peneragem para obter os minicristais e a adição de amido de arroz, milho ou fosfato de cálcio, como forma de evitar que os minicristais se juntem novamente. Muito utilizado para decoração de bolos.

2. Orgânico
É diferente de todos os outros tipos porque não utiliza nenhum ingrediente ou produto artificial em nenhuma etapa do ciclo de produção, do plantio à industrialização. O açúcar orgânico é mais caro, mais grosso e mais escuro que o refinado, mas tem o mesmo poder de adoçar.

3. Light
Surge da combinação do açúcar refinado com adoçantes artificiais, como o aspartame, o ciclamato e a sacarina, que quadruplicam o poder de adoçar. Um cafezinho só precisa de 2 gramas de açúcar light para ficar doce, contra 6 gramas de açúcar comum. Por isso quem consome o açúcar light ingere menos calorias. Pode ser utilizado no fogo e no forno.

4. Líquido
É obtido pela dissolução do açúcar refinado em água. Usado em bebidas gasosas, balas e doces. Ele não é vendido em supermercados. Uma das vantagens é que ele não precisa ser estocado em sacos, diminuindo o risco de contaminação com poeira e microorganismos.

5. Frutose
É o açúcar extraído das frutas e do milho. Sem precisar de nenhum aditivo, a frutose é cerca de 30 vezes mais doce que o açúcar comum, mas ela engorda sem oferecer uma vitaminazinha sequer. A maior parte da frutose, vendida no Brasil, é importada e tem preços meio amargos

6. Refinado
Também conhecido como açúcar branco, é o açúcar mais comum nos supermercados. Em seu refinamento aditivos químicos, como o enxofre,  tornam o produto branco e delicioso. O lado ruim é que esse processo retira as vitaminas e os sais minerais, deixando apenas as "calorias vazias", que mão possuem nenhum nutriente.

7. Mascavo
É o açúcar bruto, escuro e úmido, extraído depois do cozimento do caldo de cana. Como o açúcar mascavo não passa pela etapa de refinamento, ele conserva o cálcio, o ferro e os sais minerais. Mas seu gosto, bem parecido com o do caldo de cana, desagrada a algumas pessoas.

8. Cristal
É o açúcar com cristais grandes e transparentes, difíceis de serem dissolvidos em água. Depois do cozimento, ele passa apenas por um refinamento leve, que retira, infelizmente, 90% dos sais minerais. Por ser econômico e render bastante, o açúcar cristal sempre aparece nas receitas de bolos e doces.

9. Demerada
Também usado no preparo de doces, esse açúcar, de nome estranho, é um dos tipos mais caros. Ele passa por um refinamento leve e não recebe nenhum aditivo químico. Por isso seus grãos são marrom-claros e têm valor nutricional alto, parecido com o do açúcar mascavo.
Outros sites interessantes sobre o assunto:


DICAS DE ENDEREÇOS GASTRONÔMICOS, QUE VALEM A PENA CONHECER:

Aproveitando este feriado prolongado de carnaval, eu subi a serra e fui até nossa Chapada dos Guimarães com a intenção de conhecer e constatar, "in loco", uma informação gastronômica dada por uma amiga: a da existência de um local onde era feita uma verdadeira comida espanhola e feita por um chefe realmente espanhol. E como todo apaixonado por uma gastronomia honesta e deliciosa, que não se importa com a distância que tiver que andar, eu fui. 
Realmente valeu a pena, pois realmente a informação dada´por minha amiga é VERDADEIRA. Valeu cada quilometro que percorri, mesmo com a chuva e começo de frio.
O nome do local é DON QUIXOTE, comandado pela Malu (a esposa) e o Salomón ( o Chef). 
A recepção foi a mais amiga e aconchegante, feita pelo casal, principalmente pela Malu, visto que o Salomón estava trabalhando em nossa refeição.
O  DON QUIXOTE  funciona na residência do casal, onde se percebe um clima carinhoso, aconchegante e de muito respeito pela gastronomia, um verdadeiro templo voltado à Gastronômia. 
VALE A PENA ir à Chapada apenas para conhecer o  DON QUICHOTE, assim como a Malu e o Salomón.
Em minhas próximas edições colocarei as fotos que tirei no local.
Por enquanto fica minhas impressões, que são compartilhadas pelos amigos que estiverem lá comigo ontem e também o endereço, o telefone e o blog do restaurante:

Nome: Restaurante Don Quixote.
Endereço: Rua 22, Quadra 17, nº.11, Bairro Cohab, Chapada dos Guimarães.
Telefones: (065)3301.2072  e  9921.0356


    Salomón (o Chef)  e  Malu (a esposa e maitre)
    Fachada do Don Quixote

E estando em Chapada, vale a pena também conhecer e provar as empadinhas deliciosas que tem lá no  POMODORI CAFÉ, que fica na rua da entrada principal da cidade (Rua das Flores) , próxima da praça principal.
Alguns consideram suas empadas como as melhores do Estado de Mato Grosso.
Eu provei e recomendo as de:
Frango com pequí,
Carne com jiló e
Carne seca com banana-da-terra.

Vale a pena também conferir.

Poste de identificação do Café.


As abençoadas empadas


DICAS SOBRE GASTRONOMIA:
CANELA: COR,  SABOR  E  SAÚDE

Aromática e versátil, essa especiaria apreciada no mundo todo também é benéfica ao corpo
Ela é rica em ferro, cálcio e componentes que atuam no organismo como antioxidantes. Por suas propriedades anti-inflamatórias, a CANELA faz bem ao coração.
O consumo regular dessa casca, retirada de uma árvore, ajuda a reduzir a pressão sanguínea e a diminuir os níveis de glicose no sangue.
Segundo o livro "101 Alimentos Para Uma Vida Plena (Ed. Larousse)", os chineses acreditam que consumir canela rejuvenesce e os indianos mascam um pauzinho de canela para regular o ciclo menstrual e reduzir as dores do parto.
O autor David Grotto dá algumas dicas de como usar esse tempero, que confere um cheirinho delicioso aos mais diversos preparos:
  • Misture a canela com o café e beba quente (a canela pode ser ralada em um moedor de café ou em um ralador de queijo);
  • Use a canela em sobremesas como pudim, arroz doce, tortas e bolos;
  • Essa especiaria também serve para temperar carnes. A canela com cominho, açafrão-da-índia e gengibre é uma combinação para pratos com carnes e aves no Oriente Médio e no norte da África;
  • Passe manteiga em uma fatia de pão integral e regue-a com um pouco de açúcar e canela. Fica uma delícia!

A especiaria faz bom par com o açúcar, mas também surpreende em pratos salgados

O Arroz Doce e o Bolinho de Chuva insistem em nos convencer de que a canela nasceu exclusivamente para realçar o sabor das sobremesas. O mesmo vale para Pães de Mel, bolos e biscoitos, sonhos recheados, queijadinhas de amêndoa e até a banana caramelada, feita de improviso no microondas para matar a gula da madrugada. De fato, todos esses doces não seriam os mesmos sem os encantos da Canela, que perfuma, dá cor e enobrece.
Mas, acredite, a canela pode mais. As tradições culinárias de países como Índia, Líbano, Turquia e Marrocos provam que o ingrediente executa papel importante também em comidas salgadas. “Mamãe nunca deixou de usar canela moída nas almôndegas de carne”, recorda a cozinheira libanesa Xmune Isper, do restaurante Tenda do Nilo, em São Paulo. O cardápio preparado com o condimento pela matriarca ainda incluía quibe cru, esfihas, tripa de vitela recheada, trigo com carne desfiada e arroz temperado. Para Xmune, a função da canela não é adoçar os pratos, como muitos acreditam e, por causa disso, acabam torcendo o nariz quando ela aparece nas receitas salgadas. “A canela é levemente picante e terrosa. 
"Aquece, seduz e conforta o paladar”, defende.

Essa descrição tão afetuosa da cozinheira compete em nível de igualdade com o elogio feito ao ingrediente no filme greco-turco O Tempero da Vida (2003).  Repleto de metáforas gastronômicas, o filme tem parte do roteiro ambientada em Istambul, na Turquia, onde a canela, juntamente com um sem fim de outros temperos, aparece quase como protagonista, estreitando as relações entre os personagens da trama.
“A canela faz as pessoas olharem umas nos olhos das outras”, diz um deles.

Influenciado pelo tempo em que esteve na Índia, o chef gaúcho Carlos Kristensen, do restaurante Hashi Art Cuisine, em Porto Alegre, também se declara fã. “Eu me lembro de comprar pacotinhos com açafrão e ramas de canela nos mercados de Nova Déli e andar pelas ruas sentindo o seu perfume”, conta. Lá, ele aprendeu a medida certa da canela. Segundo o chef, carnes vermelhas, frango e legumes são ótimos parceiros deste condimento, que ele defende como versátil e democrático. “Dificilmente a canela age sozinha nos pratos salgados. Outros temperos, tão marcantes quanto ela, sempre aparecem junto, num resultado harmonioso”, explica Kristensen.

Há diversas espécies de canela. A chamada ‘verdadeira’ (Cinnamomum zeylanicum) é extraída da casca do tronco da caneleira, planta originária do sudeste asiático, que pode chegar a dez metros de altura. Depois de cortadas, as cascas são levadas para secar ao sol, embaladas e comercializadas.
Há séculos, a canela se une a um time de especiarias para formar misturinhas características de cada país e sutilmente diferentes entre si:
  • A culinária árabe chama de Pimenta Síria a mescla de canela, cominho, noz moscada, páprica doce e gengibre que tempera muitos de seus pratos de sal. “Cada família tende a privilegiar um ou outro item. A minha sempre teve uma predileção pela canela”, confessa Xmune Isper.
  • Já a cozinha tailandesa é conhecida pelo uso do Curry, um composto de vários aromáticos que também inclui a canela. “O melhor curry é aquele em que não se sente uma só especiaria, mas todas juntas e em equilíbrio”, afirma o chef Kristensen.
  • A indiana tem o Masala, que é um mix de condimentos presente, em maior ou menor quantidade, em quase todas as receitas desta especialidade: “A fórmula do masala não é exata. Alguns chegam a ter até dezessete ingredientes triturados e a proporção deles muda de acordo com a comida. Mas a canela tem presença garantida”, explica o indiano Mukesh Chandra, do restaurante Govinda, em São Paulo. Para ele, uma das melhores combinações da canela é com o cordeiro. “Ela aromatiza ao mesmo tempo em que suaviza o gosto marcante da carne”, diz Chandra.
Dicas para comprar e armazenar:
  •  Prefira a canela em rama, que é a forma mais in natura que se pode ter desta especiaria. “O processo de transformação da canela em raspas ou em pó prejudica o aroma e o sabor do produto”. E quanto mais fina a rama, mais acentuado é o sabor.
  • Se a sua receita pede canela em pó, o ideal é triturar as ramas, em moedor ou pilão. ”É a mesma lógica usada na pimenta-do-reino, muito mais saborosa e cheirosa se for moída na hora”.
  • Outra opção é usar os temperos inteiros, para aromatizar e saborizar o prato, e retirá-los ao final do cozimento. Para isso, a dica é colocar os paus de canela enrolados em uma trouxinha de gaze, juntamente com outras especiarias como cardamomo e louro, e descartá-los na hora de servir.
  • Compre em pequena quantidade: o tempo é inimigo da canela e das especiarias em geral, que vão perdendo suas propriedades aromáticas, especialmente se não forem acondicionadas adequadamente.
  • Armazene a canela em vidro tampado, longe do calor e da umidade. 

Receitas com Canela:
BERINJELA COM CARNE E CANELA 
rendimento: 06 porções
Ingredientes:
6 berinjelas médias
1 colher (sopa) de manteiga com sal
500g de carne moída (patinho ou acém)
1 colher (chá) de pimenta síria
1 colher (café) de canela em pó
Sal a gosto
Óleo para fritura
500g de molho de tomate pronto e de boa qualidade
Modo de Preparo:
  1. Aqueça a manteiga em uma panela de fundo grosso;
  2. Acrescente a carne e refogue bem;
  3. Em seguida acrescente a pimenta síria e a canela e deixe refoguar até que toda a carne esteja cozida . Em seguida acerte o sal. Reserve em local aquecido;
  4. Apare as laterais das berinjelas, fazendo quatro cortes longitudinais;
  5. Frite-as em óleo quente até dourar. Escora sobre papel absorvente e espere esfriar;
  6. Faça um corte de uma extremidade a outra de cada berinjela, sem cortá-las por completo;
  7. Recheie as berinjelascom a carne refogada;
  8. Disponha em uma assadeira as berinjelas recheadas, cubra-a com o molho de tomate e leve para assar em forno pré-aquecido de 20 a 30 minutos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Gastronomia Molecular

Arquitetura e Sabor:
Gastronomia Molecular
Método científico e alta cozinha de mãos dadas

A Gastronomia Molecular consiste no ramo da ciência dos alimentos que estuda a culinária a nível doméstico ou de restaurante. Tem como objecto de estudo as preparações em pequena escala e considera a alimentação como um todo: os ingredientes crus, os processos culinários e, finalmente, a forma como os alimentos são apreciados pelo consumidor.




"Embora a Gastronomia Molecular seja uma ciência que procura aprofundar o conhecimento e estudar todos os tipos de culinária, desde os tradicionais aos mais vanguardistas, aparece normalmente associada a uma cozinha mais experimental e criativa, característica da alta cozinha".

No livro La Physiologie du Goût (1826), Brillat-Savarin define gastronomia como "o conhecimento racional de tudo o que é relativo ao homem enquanto ser que se nutre". A Gastronomia Molecular produz este conhecimento aprofundado, em que se considera a constituição molecular dos alimentos. É uma ciência interdisciplinar, envolvendo a física, a química, a biologia e a bioquímica, mas também a fisiologia, a psicologia e a sociologia. Na cozinha podem distinguir-se dois tipos de aproximações, uma tradicional e outra mais criativa. A primeira consiste basicamente na repetição de receitas desenvolvidas ao longo de séculos, eventualmente contribuindo para uma evolução lenta. O cliente vai à procura de um prato que satisfaça expectativas bem definidas. A cozinha criativa, por sua vez, é baseada na inovação e criatividade, associando aspectos lúdicos à refeição. Neste caso, o cliente quer ser surpreendido com novas experiências sensoriais, procura aventura e não a segurança e o conforto que lhe dá uma refeição tradicional. É a este tipo de cozinha que a Gastronomia Molecular surge normalmente associada, embora isto não seja de facto correcto.

A CIÊNCIA AO SERVIÇO DA CULINÁRIA ARTÍSTICA |

Embora a Gastronomia Molecular seja uma ciência que procura aprofundar o conhecimento e estudar todos os tipos de culinária, desde os tradicionais aos mais vanguardistas, aparece normalmente associada a uma cozinha mais experimental e criativa, característica da alta cozinha. Esta envolve novas combinações de ingredientes e novos métodos de preparação e, portanto, está mais aberta à inclusão de uma maior componente científica. Os chefes de cozinha com maior renome e influência nesta área, como é o caso de Ferran Adrià, Heston Blumenthal ou Pierre Gagnaire, aparecem por vezes associados a cientistas que com eles colaboram. Como consequência, o termo Gastronomia Molecular tem sido usado pela comunicação social, e até por profissionais de cozinha, para descrever um estilo de cozinha caracterizado pela utilização de princípios, práticas e técnicas associadas à ciência e tecnologia alimentar (cozinha em vácuo e a baixas temperaturas, recurso a agentes gelificantes, espessantes e emulsionantes; utilização de azoto líquido ou de equipamento comum nos laboratórios). Esta denominação não é correcta e, embora não reunindo consenso, outras são consideradas mais apropriadas como é o caso de "Cozinha Molecular", "Cozinha Tecno-Emocional" ou "Cozinha Experimental".

O interesse despertado pela aplicação de novas técnicas e a pressão para inovar, fizeram com que, em alguns casos, a aplicação de uma nova tecnologia fosse a única motivação para o desenvolvimento de um novo prato e não uma forma de atingir a excelência culinária - o objectivo essencial em cozinha.

Contudo, um grupo cada vez maior de chefes e, sobretudo, aqueles que desenvolvem um trabalho mais sério e aprofundado, defende que a contribuição da ciência para a evolução da cozinha é fundamental, mas principalmente porque mais conhecimento contribui para melhores resultados e qualidade.

 DA LÓGICA LABORATORIAL À PERFORMANCE CULINÁRIA |

Em 1969 Nicolas Kurti defendia que as grandes criações culinárias deveriam ser o resultado da imaginação artística, temperada com uma mistura de tradição e empirismo, mas a que se adicionaria uma pitada de ciência.

Considerava ainda que novas técnicas e conceitos podiam ser transferidos do laboratório para a cozinha, permitindo melhorar pratos já existentes e criar outros. Hoje, quatro décadas mais tarde, tal é já uma realidade. A cozinha, em muitos casos, tornou-se o ponto de encontro entre chefes e cientistas, o local onde se combinam ciência, técnica, criatividade, racionalidade e arte. Esta troca de experiências tem impulsionado tanto o desenvolvimento da ciência como o da cozinha. Os profissionais de cozinha ganham uma melhor compreensão dos fenómenos que ocorrem nos processos culinários, o que lhes permite um domínio das técnicas mais fundamentado. Os cientistas, com esta maior aproximação ao mundo real, com toda a sua diversidade, complexidade e subtileza, são estimulados por um conjunto de questões e problemas que lhes sugerem novas áreas de investigação.

O impacto do trabalho realizado e da sua divulgação é, contudo, bem mais vasto. Eles contribuíram para despertar a curiosidade do público em geral e, sendo a alimentação e a cozinha tópicos a que as pessoas aderem com facilidade, permitiram uma abordagem da ciência e do método científico num contexto relacionado com o quotidiano. Isto pode contribuir positivamente para a compreensão do papel da ciência e cientistas na sociedade e também motivar crianças e jovens para estudar ciência

Cozinha molecular - experiencias de uma chef brasileira





RECEITAS TRADICIONAIS DE NOSSO ESTADO :
MARIA IZABEL COM FAROFA DE BANANA 

O Gustavo de Lucca, editor do iG Crianças, veio até Cuiabá conhecer um de nossos festivais e topou fazer um relato aqui para o Comidinhas:
“Assim que cheguei a Cuiabá para a cobertura do 8º Festival Cururu Siriri escutei uma conversa entre as assessoras locais e uma repórter de gastronomia sobre uma tal de Maria Izabel.
Curioso, me aproximei e descobri que não se tratava de uma pessoa, mas sim de um dos pratos mais tradicionais da culinária matogrossense, ao lado da Ventrecha de Pacu e da Farofa de Banana.Certo de que o prato renderia um bom jantar (e uma ótima pauta!), logo na primeira noite do evento busquei pela tal Maria Izabel na “praça de alimentação” do festival, encontrando-a na barraca do Divina Gulla Buffet.
Expliquei minhas intenções à garota que fazia o atendimento e em poucos minutos estava diante da cozinheira Claudia Fernandes dos Anjos, proprietária do buffet e envolvida com restaurantes em Cuiabá há 18 anos.
Atenciosa, a empresária explicou que a Maria Izabel tradicional é composta por arroz, carne seca, alho e cebola, mas disse que o prato servido no evento ainda contava com cenoura, ervilha, azeitona, milho e pimentão.
Minutos mais tarde lá estava eu com um prato de Maria Izabel, feijão, salada e farofa de banana – sendo esta última a minha maior surpresa nesta rápida passagem pela capital de Mato Grosso.

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Dizer que a fila na barrada do Divina Gulla era a maior do evento ajuda a esclarecer o quão popular e saborosa é a combinação dos ingredientes. Mas acredito que a melhor maneira de descobrir seja provando.”

Receita de Maria Izabel
rendimento: 10 porções.

Ingredientes:
1/2 xícara de óleo de milho
1 kg de carne de sol picada, de preferência de Alcatra (com uma parte de gordura)  
2 cebolas médias picadas
10 dentes de alho picados
1 kg de arroz branco tipo Agulhinha
1 colher de chá de sal
3 pitadas de pimenta-do-reino branca moída
2 maços pequenos de cheiro verde (salsinha e cebolinha verdes) picados
4 pimentas de cheiro médias picadas e sem as sementes
Água bem quente o suficiente para cozinhar o arroz

Modo de fazer:
1º. Colocar a carne seca de molho em água fria para retirar o sal. Repetir a operação por 24 horas ou até retirar todo o sal da carne.
2º. Lavar a carne seca picada e depois colocá-la para dourar em uma panela (de fundo grosso) com óleo quente.
3º. Fritar a carne aos poucos até que toda ela esteja bem dourada.
4º. Acrescentar em seguida a cebola e o alho e deixe refogar na panela.
5º. Depois acrescentar o arroz e deixar refgar bem.
6º. Acrescentar a água quente, o sal, as pimentas e tampar a panela.
7º. Quando o arroz estiver cozido, acrescentar o cheiro-verde e apagar o fogo.
8º. Servir 5 minutos depois.

Receita da Farofa de Banana
rendimento: 10 porções.

Ingredientes
1 xícara de óleo de soja
4 bananas da terra em rodelas pequenas
100g bacon picado em pedaços pequenos
1 cebola média ralada
3 dentes de alho picados
2 xícaras de farinha de mandioca fina e crua
2 colheres de sopa de manteiga com sal
sal a gosto
1 maço pequeno de salsinha verde picada

Modo de fazer:
1º. Colocar o óleo em uma frigideira e deixar esquentar bem.
2º. Em seguida fritar as bananas, aos poucos, até que todos os pedaços estejam bem dourados. Colocá-los pra escorrer sobre papel absorvente e reservar.
3º. Fritar então o bacon até deixá-lo crocante.
4º. Colocar então a manteiga e quando esta derreter acrescente a cebola e o alho e deixar até que fiquem dourados.
5º. Acrescentar a farinha e mexer até que fique dourada. Enquanto estiver dourando a farinha, manter o fogo baixo.
6º. Colocar as bananas em rodelas.
7º. Acrescentar o sal e, caso seja necessário, acrescentar mais manteiga. A farofa deve ficar bem úmida.
8º. Apagar o fogo e acrescentar a salsinha picada.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pimenta Malagueta

Os benefícios da pimenta

Pesquisadores do mundo todo não param de descobrir que a pimenta, tanto do gênero piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (pimenta vermelha), tem qualidades farmacológicas importantes.
Segundo o médico homeopata Marcio Bontempo, autor do livro Pimenta e seus Benefícios à Saúde, além dos princípios ativos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncer.
Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde. Hoje ela é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose.

Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumi-la, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Se você é uma delas, saiba que diversos estudos recentes têm revelado que a pimenta não é um veneno nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão.


DOENÇAS QUE A PIMENTA CURA E PREVINE

Baixa imunidade - A pimenta tem sido aplicada em diversas partes do mundo no combate à aids com resultados promissores.

Câncer - Pesquisas nos Estados Unidos apontam a capacidade da capsaicina de inibir o crescimento de células de tumor maligno na próstata, sem causar toxicidade. Outro grupo de cientistas tratou seres humanos portadores de tumores pancreáticos malignos com doses desse mesmo princípio ativo. Depois de algum tempo constataram que houve redução de 50% dos tumores, sem afetação das células pancreáticas saudáveis ou efeitos colaterais. Já em Taiwan os médicos observaram a morte de células cancerosas do esôfago.

Depressão - A ingestão da iguaria aumenta a liberação de noradrenalina e adrenalina, responsáveis pelo nosso estado de alerta, que está associado também à melhora do ânimo em pessoas deprimidas.

Enxaqueca - Provoca a liberação de endorfinas, analgésicos naturais potentes, que atenuam a dor.

Esquistossomose - A cubebina, extraída de um tipo de pimenta asiática, foi usada em uma substância semi-sintética por cientistas da Universidade de Franca e da Universidade de São Paulo. Depois do tratamento (que tem baixa toxicidade e, por isso, é mais seguro), a doença em cobaias foi eliminada.

Feridas abertas - É anti-séptica, analgésica, cicatrizante e anti-hemorrágica quando o seu pó é colocado diretamente sobre a pele machucada.

Gripes e resfriados - Tanto para o tratamento quanto para a prevenção dessas doenças, é comum recomendar a ingestão de uma pequena pimenta malagueta por dia, como se fosse uma pílula.

Hemorróidas - A capsaicina tem poder cicatrizante e já existem remédios com pimenta para uso tópico.

Infecções - O alimento combate as bactérias, já que tem poder bacteriostático e bactericida, e não prejudica o sistema de defesa. Pelo contrário, até estimula a recuperação imunológica.

Males do coração - A pimenta caiena tem sido apontada como capaz de interromper um ataque cardíaco em 30 segundos. Ela contém componentes anticoagulantes que ajudam na desobstrução dos vasos sanguíneos e ativam a circulação arterial.

Obesidade - Consumida nas refeições, ela estimula o organismo a diminuir o apetite nas seguintes. Um estudo revelou que a pimenta derrete os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal. Além disso, aumenta a temperatura (termogênese) e, para dissipá-la, o organismo gasta mais calorias. As pesquisas indicam que cada grama queima 45 calorias.

Pressão alta - Como tem propriedades vasodilatadoras, ajuda a regularizar a pressão arterial.

Reumatismo, artrite e artrose - Recomenda-se a aplicação de compressas quentes ou frias nas articulações, feitas com 250 gramas de pimenta vermelha socada e misturada a uma pasta de purê de inhame. Use uma vez ao dia até a melhora. 
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