quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Gastronomia Molecular

Arquitetura e Sabor:
Gastronomia Molecular
Método científico e alta cozinha de mãos dadas

A Gastronomia Molecular consiste no ramo da ciência dos alimentos que estuda a culinária a nível doméstico ou de restaurante. Tem como objecto de estudo as preparações em pequena escala e considera a alimentação como um todo: os ingredientes crus, os processos culinários e, finalmente, a forma como os alimentos são apreciados pelo consumidor.




"Embora a Gastronomia Molecular seja uma ciência que procura aprofundar o conhecimento e estudar todos os tipos de culinária, desde os tradicionais aos mais vanguardistas, aparece normalmente associada a uma cozinha mais experimental e criativa, característica da alta cozinha".

No livro La Physiologie du Goût (1826), Brillat-Savarin define gastronomia como "o conhecimento racional de tudo o que é relativo ao homem enquanto ser que se nutre". A Gastronomia Molecular produz este conhecimento aprofundado, em que se considera a constituição molecular dos alimentos. É uma ciência interdisciplinar, envolvendo a física, a química, a biologia e a bioquímica, mas também a fisiologia, a psicologia e a sociologia. Na cozinha podem distinguir-se dois tipos de aproximações, uma tradicional e outra mais criativa. A primeira consiste basicamente na repetição de receitas desenvolvidas ao longo de séculos, eventualmente contribuindo para uma evolução lenta. O cliente vai à procura de um prato que satisfaça expectativas bem definidas. A cozinha criativa, por sua vez, é baseada na inovação e criatividade, associando aspectos lúdicos à refeição. Neste caso, o cliente quer ser surpreendido com novas experiências sensoriais, procura aventura e não a segurança e o conforto que lhe dá uma refeição tradicional. É a este tipo de cozinha que a Gastronomia Molecular surge normalmente associada, embora isto não seja de facto correcto.

A CIÊNCIA AO SERVIÇO DA CULINÁRIA ARTÍSTICA |

Embora a Gastronomia Molecular seja uma ciência que procura aprofundar o conhecimento e estudar todos os tipos de culinária, desde os tradicionais aos mais vanguardistas, aparece normalmente associada a uma cozinha mais experimental e criativa, característica da alta cozinha. Esta envolve novas combinações de ingredientes e novos métodos de preparação e, portanto, está mais aberta à inclusão de uma maior componente científica. Os chefes de cozinha com maior renome e influência nesta área, como é o caso de Ferran Adrià, Heston Blumenthal ou Pierre Gagnaire, aparecem por vezes associados a cientistas que com eles colaboram. Como consequência, o termo Gastronomia Molecular tem sido usado pela comunicação social, e até por profissionais de cozinha, para descrever um estilo de cozinha caracterizado pela utilização de princípios, práticas e técnicas associadas à ciência e tecnologia alimentar (cozinha em vácuo e a baixas temperaturas, recurso a agentes gelificantes, espessantes e emulsionantes; utilização de azoto líquido ou de equipamento comum nos laboratórios). Esta denominação não é correcta e, embora não reunindo consenso, outras são consideradas mais apropriadas como é o caso de "Cozinha Molecular", "Cozinha Tecno-Emocional" ou "Cozinha Experimental".

O interesse despertado pela aplicação de novas técnicas e a pressão para inovar, fizeram com que, em alguns casos, a aplicação de uma nova tecnologia fosse a única motivação para o desenvolvimento de um novo prato e não uma forma de atingir a excelência culinária - o objectivo essencial em cozinha.

Contudo, um grupo cada vez maior de chefes e, sobretudo, aqueles que desenvolvem um trabalho mais sério e aprofundado, defende que a contribuição da ciência para a evolução da cozinha é fundamental, mas principalmente porque mais conhecimento contribui para melhores resultados e qualidade.

 DA LÓGICA LABORATORIAL À PERFORMANCE CULINÁRIA |

Em 1969 Nicolas Kurti defendia que as grandes criações culinárias deveriam ser o resultado da imaginação artística, temperada com uma mistura de tradição e empirismo, mas a que se adicionaria uma pitada de ciência.

Considerava ainda que novas técnicas e conceitos podiam ser transferidos do laboratório para a cozinha, permitindo melhorar pratos já existentes e criar outros. Hoje, quatro décadas mais tarde, tal é já uma realidade. A cozinha, em muitos casos, tornou-se o ponto de encontro entre chefes e cientistas, o local onde se combinam ciência, técnica, criatividade, racionalidade e arte. Esta troca de experiências tem impulsionado tanto o desenvolvimento da ciência como o da cozinha. Os profissionais de cozinha ganham uma melhor compreensão dos fenómenos que ocorrem nos processos culinários, o que lhes permite um domínio das técnicas mais fundamentado. Os cientistas, com esta maior aproximação ao mundo real, com toda a sua diversidade, complexidade e subtileza, são estimulados por um conjunto de questões e problemas que lhes sugerem novas áreas de investigação.

O impacto do trabalho realizado e da sua divulgação é, contudo, bem mais vasto. Eles contribuíram para despertar a curiosidade do público em geral e, sendo a alimentação e a cozinha tópicos a que as pessoas aderem com facilidade, permitiram uma abordagem da ciência e do método científico num contexto relacionado com o quotidiano. Isto pode contribuir positivamente para a compreensão do papel da ciência e cientistas na sociedade e também motivar crianças e jovens para estudar ciência

Cozinha molecular - experiencias de uma chef brasileira





RECEITAS TRADICIONAIS DE NOSSO ESTADO :
MARIA IZABEL COM FAROFA DE BANANA 

O Gustavo de Lucca, editor do iG Crianças, veio até Cuiabá conhecer um de nossos festivais e topou fazer um relato aqui para o Comidinhas:
“Assim que cheguei a Cuiabá para a cobertura do 8º Festival Cururu Siriri escutei uma conversa entre as assessoras locais e uma repórter de gastronomia sobre uma tal de Maria Izabel.
Curioso, me aproximei e descobri que não se tratava de uma pessoa, mas sim de um dos pratos mais tradicionais da culinária matogrossense, ao lado da Ventrecha de Pacu e da Farofa de Banana.Certo de que o prato renderia um bom jantar (e uma ótima pauta!), logo na primeira noite do evento busquei pela tal Maria Izabel na “praça de alimentação” do festival, encontrando-a na barraca do Divina Gulla Buffet.
Expliquei minhas intenções à garota que fazia o atendimento e em poucos minutos estava diante da cozinheira Claudia Fernandes dos Anjos, proprietária do buffet e envolvida com restaurantes em Cuiabá há 18 anos.
Atenciosa, a empresária explicou que a Maria Izabel tradicional é composta por arroz, carne seca, alho e cebola, mas disse que o prato servido no evento ainda contava com cenoura, ervilha, azeitona, milho e pimentão.
Minutos mais tarde lá estava eu com um prato de Maria Izabel, feijão, salada e farofa de banana – sendo esta última a minha maior surpresa nesta rápida passagem pela capital de Mato Grosso.

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Dizer que a fila na barrada do Divina Gulla era a maior do evento ajuda a esclarecer o quão popular e saborosa é a combinação dos ingredientes. Mas acredito que a melhor maneira de descobrir seja provando.”

Receita de Maria Izabel
rendimento: 10 porções.

Ingredientes:
1/2 xícara de óleo de milho
1 kg de carne de sol picada, de preferência de Alcatra (com uma parte de gordura)  
2 cebolas médias picadas
10 dentes de alho picados
1 kg de arroz branco tipo Agulhinha
1 colher de chá de sal
3 pitadas de pimenta-do-reino branca moída
2 maços pequenos de cheiro verde (salsinha e cebolinha verdes) picados
4 pimentas de cheiro médias picadas e sem as sementes
Água bem quente o suficiente para cozinhar o arroz

Modo de fazer:
1º. Colocar a carne seca de molho em água fria para retirar o sal. Repetir a operação por 24 horas ou até retirar todo o sal da carne.
2º. Lavar a carne seca picada e depois colocá-la para dourar em uma panela (de fundo grosso) com óleo quente.
3º. Fritar a carne aos poucos até que toda ela esteja bem dourada.
4º. Acrescentar em seguida a cebola e o alho e deixe refogar na panela.
5º. Depois acrescentar o arroz e deixar refgar bem.
6º. Acrescentar a água quente, o sal, as pimentas e tampar a panela.
7º. Quando o arroz estiver cozido, acrescentar o cheiro-verde e apagar o fogo.
8º. Servir 5 minutos depois.

Receita da Farofa de Banana
rendimento: 10 porções.

Ingredientes
1 xícara de óleo de soja
4 bananas da terra em rodelas pequenas
100g bacon picado em pedaços pequenos
1 cebola média ralada
3 dentes de alho picados
2 xícaras de farinha de mandioca fina e crua
2 colheres de sopa de manteiga com sal
sal a gosto
1 maço pequeno de salsinha verde picada

Modo de fazer:
1º. Colocar o óleo em uma frigideira e deixar esquentar bem.
2º. Em seguida fritar as bananas, aos poucos, até que todos os pedaços estejam bem dourados. Colocá-los pra escorrer sobre papel absorvente e reservar.
3º. Fritar então o bacon até deixá-lo crocante.
4º. Colocar então a manteiga e quando esta derreter acrescente a cebola e o alho e deixar até que fiquem dourados.
5º. Acrescentar a farinha e mexer até que fique dourada. Enquanto estiver dourando a farinha, manter o fogo baixo.
6º. Colocar as bananas em rodelas.
7º. Acrescentar o sal e, caso seja necessário, acrescentar mais manteiga. A farofa deve ficar bem úmida.
8º. Apagar o fogo e acrescentar a salsinha picada.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pimenta Malagueta

Os benefícios da pimenta

Pesquisadores do mundo todo não param de descobrir que a pimenta, tanto do gênero piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (pimenta vermelha), tem qualidades farmacológicas importantes.
Segundo o médico homeopata Marcio Bontempo, autor do livro Pimenta e seus Benefícios à Saúde, além dos princípios ativos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncer.
Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde. Hoje ela é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose.

Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumi-la, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Se você é uma delas, saiba que diversos estudos recentes têm revelado que a pimenta não é um veneno nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão.


DOENÇAS QUE A PIMENTA CURA E PREVINE

Baixa imunidade - A pimenta tem sido aplicada em diversas partes do mundo no combate à aids com resultados promissores.

Câncer - Pesquisas nos Estados Unidos apontam a capacidade da capsaicina de inibir o crescimento de células de tumor maligno na próstata, sem causar toxicidade. Outro grupo de cientistas tratou seres humanos portadores de tumores pancreáticos malignos com doses desse mesmo princípio ativo. Depois de algum tempo constataram que houve redução de 50% dos tumores, sem afetação das células pancreáticas saudáveis ou efeitos colaterais. Já em Taiwan os médicos observaram a morte de células cancerosas do esôfago.

Depressão - A ingestão da iguaria aumenta a liberação de noradrenalina e adrenalina, responsáveis pelo nosso estado de alerta, que está associado também à melhora do ânimo em pessoas deprimidas.

Enxaqueca - Provoca a liberação de endorfinas, analgésicos naturais potentes, que atenuam a dor.

Esquistossomose - A cubebina, extraída de um tipo de pimenta asiática, foi usada em uma substância semi-sintética por cientistas da Universidade de Franca e da Universidade de São Paulo. Depois do tratamento (que tem baixa toxicidade e, por isso, é mais seguro), a doença em cobaias foi eliminada.

Feridas abertas - É anti-séptica, analgésica, cicatrizante e anti-hemorrágica quando o seu pó é colocado diretamente sobre a pele machucada.

Gripes e resfriados - Tanto para o tratamento quanto para a prevenção dessas doenças, é comum recomendar a ingestão de uma pequena pimenta malagueta por dia, como se fosse uma pílula.

Hemorróidas - A capsaicina tem poder cicatrizante e já existem remédios com pimenta para uso tópico.

Infecções - O alimento combate as bactérias, já que tem poder bacteriostático e bactericida, e não prejudica o sistema de defesa. Pelo contrário, até estimula a recuperação imunológica.

Males do coração - A pimenta caiena tem sido apontada como capaz de interromper um ataque cardíaco em 30 segundos. Ela contém componentes anticoagulantes que ajudam na desobstrução dos vasos sanguíneos e ativam a circulação arterial.

Obesidade - Consumida nas refeições, ela estimula o organismo a diminuir o apetite nas seguintes. Um estudo revelou que a pimenta derrete os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal. Além disso, aumenta a temperatura (termogênese) e, para dissipá-la, o organismo gasta mais calorias. As pesquisas indicam que cada grama queima 45 calorias.

Pressão alta - Como tem propriedades vasodilatadoras, ajuda a regularizar a pressão arterial.

Reumatismo, artrite e artrose - Recomenda-se a aplicação de compressas quentes ou frias nas articulações, feitas com 250 gramas de pimenta vermelha socada e misturada a uma pasta de purê de inhame. Use uma vez ao dia até a melhora. 
http://curapelanatureza.blogspot.com/2008/08/os-benefcios-da-pimenta.html